A minha barbie virou a adulta dos meus sonhos

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Eu tinha lá meus 10 anos quando pensei no futuro pela primeira vez. Lembro de voltar da escola num dia, reunir todas as minhas Barbies no chão do quarto e começar, despretensiosamente, a brincar com elas. Era sempre igual na vida da minha Barbie: a minha boneca ficava indo pra casa das amigas o tempo inteiro com seu New Beetle, dando jantares e picnics em seu enorme jardim com luminárias parisienses, tomando “sol” na piscina de vinil rodeada de cascatas e, claro, namorando o Ken, que era o cara perfeito. Mas daquela vez, naquela brincadeira, foi diferente. Eu pensei: “Mas é só isso que gente grande faz?”, “É só isso que eu quero que a minha Barbie faça?”. Daí sim deitei na minha cama e comecei a refletir melhor sobre a vida inteira das pessoas. E a minha também. É, aos 10 anos.

“Eu quero ser ginasta ou nadadora ou professora ou escritora de livros ou atriz… Pera, para tudo. Eu preciso decidir o que eu quero ser antes de ser qualquer outra coisa. O que eu quero ser de verdade”. Pensei, pensei, pensei… Mas não consegui chegar a uma conclusão. Então tive uma ideia melhor: escrevi num papelzinho todas as coisas que eu queria que se tornassem parte do meu futuro e escondi (muito bem escondido) no meu armário bagunçado.Não consegui encontrar o bilhete aos 11, nem aos 12, nem aos 13, nem aos 14 e muito menos aos 15 anos. O bihetinho dos meus sonhos reapareceu mesmo aos 16, na minha época pré-vestibular.
Aos 16, eu amava ler, amava escrever e amava a minha professora de português, que todos odiavam (isso foi uma declaração de amor, Maria Andrade!). Eu amava as aulas de inglês e ainda pensava em, um dia, me tornar escritora-tradutora-tudo-ao-mesmo-tempo. Quando encontrei o papelzinho da minha época de 10, me achei ridícula (ai, esses adolescentes!). No meu bilhetinho dos sonhos estava escrito exatamente assim: “Eu quero crescer, morar com meu yorkshire no meu apartamento perto do Ibirapuera e trabalhar respondendo cartas dos leitores enquanto bebo limonadas”. É… Era isso que eu queria.
Toda essa história era mesmo só pra contar que agora eu tenho 24 anos e levo a vida dos MEUS(veja bem!) sonhos. Eu trabalho com o que gosto, tenho um família que me apóia e me ajuda em tudo, tenho amigos incríveis e… Acabo de me mudar para um apartamento (razoavelmente) perto do Ibirapuera. Eu ainda não tenho um yorkshire, nem estou respondendo cartas de leitores neste momento, mas não faz mal: eu estou no lugar certo, com as pessoas certas, fazendo as coisas certas (que de vez em quando saem erradas).
E quanto as barbies… Aguardem os próximos capítulos da minha Barbie, que cresceu do jeito que eu sempre quis porque não queria ser igual as Barbies de sua infância. 
Texto retirado do Blog dois dias por semana (: amei com todas as minhas forças esse texto!

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2 comentários

  1. Adorei seu texto! Leve e envolvente. Espero que vc continue escrevendo e não desista de responder "cartas de leitores"... :)

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  2. Muito obrigada lindona (:
    Bem - vinda aqui viu hehehe beijão

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