Esconderijo.

20:17

         

Nos altos dos meus cinco anos de idade, sempre que algo me deixava emburrada ou triste, eu tinha uma fuga de escape, um esconderijo. O esconderijo além de fato, na minha cabeça, me esconder, tinha um lado afetivo, que assim como um colo de uma mãe, ele me deixava calma, ali eu estaria segura, ninguém veria se eu estava chorando pelos joelhos ralados depois de uma queda da bicicleta ou por que briguei com alguma amiguinha. 
 Agora, bem mais velha, quando as coisas dão errado para mim, quando tenho aqueles dias, em que você acorda já batendo o dedo mindinho na quina do móvel, quando você se sente pressionada na faculdade que escolheu, refletindo se esta de fato, no caminho certo, a vida amorosa mais bagunçada do que o seu quarto e as contas que insistem em chegar por de baixo da porta de casa. 
 Eu sinto falta daquele esconderijo que tanto me acolhia. Agora, infelizmente, mesmo com a minha estatura pequena, não caberia em nenhum esconderijo, e os problemas da vida, talvez não precisem de fuga de escape, a não ser que eles envolvam, praia, sol, sombra e agua fresca. Mas, fora isso eles devem ser resolvidos, encarados de frente 
 E que nem a escritora Tati Bernardi cita em uma das suas crônicas ''A vida voa na sua cara, esbarra no seu rosto, suja sua vaidade, corrompe suas certezas, e você não pode fazer nada. A não ser lavar o rosto e começar tudo de novo.". Então que a gente aprenda a cada dia, a encarar os problemas de frente e deixar o esconderijo guardado na infância. 

Imagem We it

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